“O que são recursos terapêuticos? E quais são os recursos terapêuticos utilizados por uma Terapeuta Ocupacional?”
Para desvendar essa pergunta, fomos atrás de Fernanda Maia, terapeuta ocupacional, de 32 anos, formada na Faculdade Castelo Branco em 2002. Em seu currículo há pós-graduação em Terapia Ocupacional: uma visão dinâmica aplicada à neurologia; Pós-graduação em Arte-terapia e Mestrado em Design (Veja mais: http://www.cbtoecato2011.com.br/cd/resumos/TC0019-1.pdf http://www.cbtoeclato2011.com.br/cd/resumos/TC0019-1.pdf ), além de formações no Método Neuroevolutivo Básico Bobath, Comunicação Alternativa e Ampliada e Integração Sensorial.
No começo da carreira, trabalhou em vários consultórios particulares na área de Neuropediatra. Depois, trabalhou no Hospital da Força Aérea do Galeão (HFAG) onde ficou por mais de seis anos, e também trabalhou no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro atuando na área de Cardipediatria. Atualmente, trabalha no Instituto Fernandes Figueira (IFF – FIOCRUZ), onde é uma das responsáveis pelo projeto Saúde e Brincar (Conheça mais sobre o projeto: http://www.fiocruz.br/portaliff/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=44&sid=40)
Fernanda escolheu a Terapia Ocupacional na época do 2º grau do ensino médio, quando teve oportunidade de conhecer a APAE ( Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais). Encantada com as crianças, como ela mesmo diz “Tão fofas e tão lindas”, principalmente as que tinham a Síndrome de Down, ela decidiu prestar vestibular para Terapia Ocupacional e Psicologia, já que ambos os cursos podiam trabalhar diretamente com esse público alvo. No final das contas, conseguiu passar para os dois cursos, porém após dois anos decidiu trancar o curso de Psicologia e se dedicar totalmente a T.O . “Realmente era aquilo que eu queria. Gosto muito do que eu faço” diz Fernanda orgulhosa da sua escolha.
Falando sobre suas experiências, Fernanda nos contou que teve três casos iguais de meninos na faixa de 4-5 anos de idade, no HFAG, que não paravam quietos na sala de aula. Enquanto a escola queria que os meninos ficassem sentados e escrevendo, os mesmos não queriam nem chegar perto do lápis. Avaliando esse caso, a nossa T.O entrevistada percebeu que eram apenas crianças muito novas que queriam, simplesmente, “pintar e bordar”. Então utilizou um recurso simples e rápido, como mostrar para as crianças o lúdico do lápis e do grafismo, brincando de pintar o chão, a camisa, o espelho... Para assim, eles pudessem ter prazer de segurar um lápis.
Ela também participou de casos de neurologia, onde dava algumas orientações e suporte inicial para os pacientes (Como, por exemplo, posiciona-lo corretamente, colocar uma órtese para ajudá-lo, dentre outros) e, também, orientava outros funcionários do hospital. Fernanda, antes de sair do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, fez alguns projetos com pranchas de comunicação, onde o enfoque era nas CTI’s, já que havia muitos casos de pacientes que precisavam de comunicação alternativa. “Acredito que o recurso de comunicação alternativa não é meu. É do paciente.” Disse a T.O.
Uma vez por semana, atendia no ambulatório hospitalar, crianças com febre reumática e devido a isso, fazia reuniões com os pais para conversar, explicar sobre a doença e tirar dúvidas. Já trabalhou, também, na área de internação, onde sua finalidade era diminuir o impacto da internação, principalmente dos bebês, estimulando a criança e ensinando as mães, que na maioria das vezes eram “mães de 1ª viagem”. Para amenizar esses impactos, ela utilizava o lúdico, o brincar.
Atualmente, no IFF, a Fernanda e mais uma T.O e mais quatro psicólogas participam do projeto Saúde e Brincar. Cada dia, em uma unidade diferente do hospital, uma dupla de profissionais, leva o brincar como recurso terapêutico para a criança, já que “a atividade da criança é o brincar” diz a T.O. O atendimento é individual e o brincar serve para tirar essa passividade da criança e para contagiar todos da enfermaria, principalmente a criança e também os pais. Mais nem tudo é brincadeira... Antes dos atendimentos, os profissionais se reúnem horas antes para saber sobre os casos e as patologias dos pacientes, veem se estes possuem alguma precaução com contato físico ou de ar, para que assim possam, dentro do perfil da criança, planejar o melhor modo de brincar. “Elas (as crianças) ficam esperando essa ida... O meu recurso terapêutico é o brincar” fala Fernanda.
Veja o que Fernanda Maia fala mais sobre os recursos terapêuticos:
Trabalho da disciplina “Recursos Terapêuticos”
Alunas: Pamela dos Anjos, Rafaela Andrade e Vanessa Guimarães
*Agradecimentos a Fernanda Maia pela entrevista, além da simpatia e atenção.